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Pedofilia na Igreja, Católicos precisam temer este assunto?

Leia em PDF quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Diversos órgãos oficiais de pesquisa têm demonstrado um grande crescimento dos casos de pedofilia no mundo. A organização Save the Children (Itália), em relatório sobre pornografia infantil, registrou grande e preocupante aumento dessas ocorrências. No Brasil ficou demonstrado que, nos últimos 5 anos, o número dos casos de violência sexual contra crianças aumentou 22% nos registros oficiais de São Paulo (conf. dados do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Psiquiatria Forense e Psicologia Jurídica do Hospital das Clínicas - USP). O Hospital Pérola Byington (São Paulo) criou um serviço de atendimento a vítimas de violência sexual destinado a mulheres adultas: com o tempo, cada vez mais crianças passaram a ser atendidas, e, em 2008, 47% das pacientes tinham menos de 12 anos de idade!
É um quadro chocante. Todos os dados provam que esse mal tenebroso cresce e se alastra assustadoramente no mundo, aumentou muito com a popularização da internet e faz vítimas em todos os setores, inclusive os religiosos: não só no catolicismo, é muito importante que se diga. Existem numerosos casos de religiosos pedófilos (dificilmente divulgados na mídia), por exemplo, nas igrejas evangélicas, como é o caso dos pastores Reginaldo Sena dos Santos, Sílvio Roberto dos Santos Galiza (‘Igreja’ Universal), Jonatas Aurélio Velozo Lourenço, Manoel Wanterly da Anunciação Guimarães, Carlos Roberto Batista, Francisco Vicente Corrêa Filho e milhares de outros(!).

Apesar de tudo isso, alguns meios de comunicação, - com destaque especial para a Rede Record de televisão, do empresário e autoproclamado "bispo" Edir Macedo, vêm levando insistentemente no ar, em seus programas jornalísticos, somente casos envolvendo padres, como se o problema fosse exclusivo da Igreja Católica. Antes de iniciar qualquer análise, portanto, é interessante saber que os nossos maiores acusadores, aqueles que se chamam a si mesmos de "evangélicos", simplesmente não têm moral para nos acusar, já que, estatisticamente, existem mais casos envolvendo pastores pedófilos do que padres (até páginas ateístas reconhecem este fato - veja aqui).

Clique sobre a imagem para ampliar: pesquisa no Google (21/5/2011) 
traz 462.000 resultados para as palavras "pastor pedófilo"

Em 17/5/2011, pesquisa no Google trazia 462.000 resultados para as palavras pastor pedófilo(!). Em 21/7/2011, data de revisão deste artigo, os resultados eram 556.000(!). Claro que a questão aqui não é discutir números, até porque se houvesse um só caso de pedofilia envolvendo a Igreja, isso já seria um grande escândalo e um grave pecado. A citação é apenas para que fique claro: o simples fato de existirem muitíssimos casos de "pastores evangélicos" pedófilos, automaticamente, destitui qualquer membro de "igrejas evangélicas" do direito de nos criticar.



O caso é todos nós entendermos, de uma vez por todas, que pedófilos existem em diversos setores da sociedade humana, incluindo os religiosos, e este grave problema não é exclusividade dos católicos. Muitos apontam o cisco no olho do próximo e não percebem a trave em suas próprias vistas. A Igreja, assim como qualquer instituição, só poderia ser culpada pelo problema da pedofilia se ela pregasse a sua prática.


Outra coisa que comumente ouvimos dizer é que o Vaticano não toma providências quanto a este gravíssimo problema, ou que o Papa encobriu os pedófilos. A verdade é que medidas mais rigorosas poderiam ter sido adotadas há mais tempo. O erro foi que esse verdadeiro câncer da alma e da mente, num dado momento, foi tratado mais como pecado do que como crime. Mas também é verdade que o Vaticano vem tomando ações concretas para punir e afastar os culpados desde o ano de 2003. Enquanto isso, o nosso governo, por exemplo, até hoje (2011), não enquadrou a pedofilia como crime! Fato inapelável é que o Vaticano, principalmente com o Papa Bento XVI, adotou uma postura muito mais rígida quanto ao assunto do que o governo brasileiro.

Claro que tal crime, quando da parte de padres, é ainda mais grave e injustificável, principalmente por se tratar de homens de Deus, que devem levar a Salvação às pessoas, e a Igreja precisa coibir cada vez mais rapidamente. Nós, leigos, devemos também atuar com sabedoria ao lado dos Bispos. Mas é importante saber que a Igreja arca com as consequências. O acordo entre a Arquidiocese de Los Angeles e as vítimas de abusos sexuais envolveram o valor de 600 milhões de dólares! Federico Lombardi, Porta-voz da Santa Sé, declarou: “Esta é a tentativa de fechar um capítulo doloroso e olhar para a frente. A Igreja está, acima de tudo, machucada pelo sofrimento das vítimas e famílias”. O acordo impõe sacrifícios extremos à Arquidiocese de Los Angeles: ela terá que vender seu patrimônio imobiliário, até a sede do Arcebispado, e recorrer à ajuda de seguradoras e congregações católicas.


Mas a pedofilia não é uma questão simples. Não é apenas crime hediondo e/ou sério pecado. Definida como doença, distúrbio psicológico e desvio sexual (parafilia) pela Organização Mundial de Saúde, o diagnóstico da pedofilia consta nos manuais médicos de transtornos mentais, e os casos vêm aumentando assustadoramente em todo mundo, em todos os setores da sociedade. Desejo sexual de adulto por criança, mesmo sem a realização do ato, já caracteriza pedofilia.

Apesar de tudo, é preciso insistir que a pedofilia está longe de ser um problema de padres católicos. Também não se pode generalizar o problema e dar a entender ao povo que existe uma “epidemia” no clero. O jornal italiano “La Stampa” divulgou estatísticas que mostram que 0,3% do clero foi acusado de pedofilia. Não se pode generalizar 0,3% (estamos falando de denúncias não confirmadas) como se fosse uma espécie de costume ou prática comum na Igreja! Contrastando com esse problema atual, sabemos que a Igreja Católica construiu a nossa civilização, criou a Universidade, uniu a Europa, assentou o humanismo e trouxe a única ideologia que realmente se preocupava com o próximo, proclamando-o “Templo de Deus”. Hoje em dia ela sustenta a maior parte das grandes instituições de caridade, escolas, faculdades e hospitais, além de ter ajudado a derrubar o comunismo fascista e lutar contra a corrupção e as ditaduras no mundo. Até os ateus admitem a importância da Igreja para a civilização. - Mas sobre tudo isso a Imprensa se cala, e os telejornais da Rede Record nunca disseram uma só palavra...

Que os tristes casos de pedofilia sirvam para que a Igreja melhore (e muito) a formação dos sacerdotes, aprimore os seminários, aumente a espiritualidade do clero. Católico algum pode ficar desanimado com essas graves falhas de alguns padres. Infelizmente, sempre houve pecados da parte dos filhos da Igreja, mas felizmente o número dos seus santos sempre foi muitíssimo maior. Para cada padre acusado de pedofilia, podemos apresentar milhares e milhares de outros que vivem a sua missão com dignidade, prestando belíssimos serviços à Igreja e à humanidade. Não podemos olhar as manchas e esquecer a Luz que a Igreja sempre levou ao mundo! Como disse Dom Estevão Bettencourt, “o Ouro da Igreja muitas vezes passou por mãos impuras, mas sempre continuou sendo Ouro”. Os episódios envolvendo padres pedófilos deve ser um motivo a mais para trabalharmos na pregação do Evangelho e na defesa da Fé da verdadeira Igreja de Jesus Cristo!
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